Entre os dias 17 e 21 de março, ocorre a Game Developers Conference (GDC) em São Francisco, nos Estados Unidos. Este evento abre, oficialmente, as atividades da consultora brasileira GamePlan,
que estará em terras americanas para atrair investimentos e empresas
internacionais para o nosso país. Para conferir detalhes dessa nova
companhia, a coluna Geração Gamer conversou com o
executivo André Faure (36), que nos contou detalhes da iniciativa e as
principais dificuldades do mercado de jogos no Brasil.
André Faure, Luciano Andrade e Henrique Martin são os nomes por trás da GamePlan
Por que criar uma consultoria no GDC?
“Lançar
a consultoria ao mesmo tempo que esse evento faz parte da nossa
estratégia de ter presença em todos os grandes eventos em que podemos
trabalhar. Então já estivemos no Mobile World Congress este ano em Barcelona, provavelmente estaremos na CES
2015 e onde mais houver oportunidades para a empresa”, explica André
Faure, empresário que joga videogame há bastante tempo e tem como games
favoritos Portal e BioShock.
A GDC americana será a oportunidade de lançamento da consultoria GamePlan
A GamePlan pretende ajudar empresas estrangeiras de tecnologia, internet
e jogos digitais que querem entrar no mercado brasileiro ou
latino-americano, mas não têm ideia por onde começar. A consultoria
procura representantes do setor privado global que buscam oportunidades
no Brasil e não conseguem entender o mercado local, seja pela questão de
impostos, que não é tão clara, ou pela simples falta de informações
sobre negócios aqui.
Game Developers Conference ocorrerá em São Francisco, nos Estados Unidos. As edições antigas ocorreram em outros locais e países
A GDC ocorre desde 1988 e é o maior evento para desenvolvimento e
networking no mundo dos negócios dos videogames. Neste ano, a
conferência ocorre em São Francisco, mas o encontro já ocorreu em
Xangai, na China. Não é um evento “cool” e voltado ao grande público,
como a E3,
mas é uma ótima oportunidade para conversar com executivos importantes
da indústria global de jogos. É este o gancho que a GamePlan pretende
usar para começar suas atividades. A conferência ocorre neste mês de
março.
Até a Nintendo marca presença na Game Developers Conference
Além da GDC, a GamePlan pretende ir ao MWC
e em eventos variados de tecnologia. A ideia é atrair jogos para várias
plataformas: consoles, computadores e até celulares e tablets. A
consultoria busca ampliar o nosso mercado nos diversos aspectos dos
games.
“Nós temos uma arquitetura de trabalho que nos permite
atuar somente como consultores teóricos, mas também nos permite atuar
como reais representantes de marca no Brasil e em demais países da
América Latina. Essa flexibilidade advêm sempre do cliente, de como ele
quer encarar a entrada no território e dos dados que coletamos para
subsidiar esta estratégia”, completa André. Desta forma, é possível que a
GamePlan de fato represente algumas empresas internacionais. Podemos
esperar, talvez, que ela traga iniciativas norte-americanas ao nosso
território.
De onde vieram os fundadores da GamePlan?
Além
de André Faure, Luciano Andrade (40) vai cuidar das pesquisas de
mercado da empresa, enquanto Henrique Martin (36) será o responsável
pela comunicação. Luciano joga desde o Atari com 9 anos, e seu game
favorito de todos os tempos é Montezuma’s Revenge do modelo 2600. Já
Henrique jogou com dificuldade River Raid e se considera “maníaco” por Angry Birds.
“A
ideia minha e do Luciano era primeiro começar a ir aos eventos atrás de
negócios. O braço de comunicação com o Henrique Martin surgiu
naturalmente, subsidiado pela demanda externa. Hoje a GamePlan está
apoiada somente no investimento de seus sócios”, esclarece André. De
acordo com o executivo, todos os sócios já atuavam como consultores
independentes antes de se unirem.
Angry Birds
Qual é a estrutura da consultoria?
Como a
empresa tem apenas três integrantes, seu formato também é simples.
André Faure explica: “A GamePlan está estruturada em quatro pilares:
negócios, pesquisa de mercado, localização e comunicação. Este DNA forma
uma arquitetura que consegue atender clientes dos mais variados
tamanhos e com as mais variadas necessidades”.
Essa estrutura
simples faz André elencar alguns problemas de nosso mercado, que devem
ser comunicados aos investidores externos, para que eles entendam como
tudo funciona. “Acreditamos que as maiores barreiras para a
internacionalização do mercado brasileiro estejam na falta de
informação, custo elevado e projeções exageradas sobre seu potencial.
Isso não quer dizer que nosso mercado não seja lucrativo, mas ele
necessita de uma estratégia correta para funcionar à favor dos
negócios”.
André Faure define sua nova consultoria como uma
“facilitadora” das empresas e dos consumidores de games no Brasil. E sua
aposta, essencialmente, é no networking: “A GamePlan possui uma extensa
rede de contatos internacionais e entende bastante como mercados
externos funcionam. Porém, precisamos sempre entender primeiro as
necessidades para executar os esforços do jeito certo e na medida
correta”.
Existem chances de uma empresa internacional buscar
pequenas companhias brasileiras em breve?
“Sim, existe esta
possibilidade. Apesar do foco inicial estar no eixo
internacional-nacional, nada impede que empresas brasileiras nos
procurem para executar uma estratégia de internacionalização de seus
produtos e serviços”, revela André.
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